quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Do copo ás prostitutas

A alma e a carne fazem parte do mesmo destino
É nisso que se transforma o homem: estomago e sexo,
e vísceras, unidades pulsantes desse complexo.
E nesse conjunto compõe a alma esse intestino.

É isso que te torna cadáver: o estômago, a alma
E os pulmões, e esse amor asmático, placebo.
E na figura tremula de teus nervos, percebo
a imagem incontestável de teu câncer.

É contestado em laudos que tua doença
não tem cura, foi na usura que tornas te
irremediavelmente incapacitado.


Foi assim: entre alcoólatras e prostitutas
que surgiu em ti essa imagem absurda.
Nas vísceras, no copo e no cadáver.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Palavras pobres

Tenho esquecido meus principios,
minha memoria ja não funciona mas
como era antes...

Tenho esquecido qualquer coisa
que me fizesse santo

Agora sou pecado, você me tornou pecado...

Graças a você
sou o que sou...
graças a você.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

I (Perspectiva)

Não é pela falta de perspectiva
Não te imponho datas, nem tempos.
Quero te tornar métrica, meu invento.
É teu cheiro que determina o tempo.

Tua ossatura é o meu apego, destino.
Mesmo que este seja diminuto, infinito.
Mesmo por um curto tempo, um gemido.
- Fazes parte do meu instinto -

Cubra de conforto teu corpo austero,
Pandega é minha ventura que te ostenta
Queremos ser como esse invento:
Ponteiro que gira e cruza com si mesmo.

É no ósculo que cruzamos nossa saliva,
e gira em nós a vontade de vida e, aumentamos
Sem saber tal perspectiva: esse tempo inventado.
Somos nós componentes do tempo: ponteiros.

E nesse tempo infinito, interminável,
que te transformo em meu afago.
Meu apreço, meu endereço. Seremos como
o tempo quiser: como esse invento.