domingo, 22 de novembro de 2009

A mosca

Estava acima, no teto, a espreitar-me.
Monstro azul, enorme: - confesso, tinha medo.
E Isso ai, que engolira meu sono e sossego
Zumbia com desdém e vingança, a circular-me.

E circularmente, subia e descia, e pousava
sobre o teto em que ela dominava e,
a cada elipse, sinuava-se em um pouso provocante
e provocava meus nervos: parte dissecante.

E num pouso extraordinário, depositou
em meu corpo áspero, uns ovos ao acaso
e como quem confia, voou e esqueceu do fato.

Mal saberia ela, que em mim depositava as
esperanças futuras, de um dia, eu morto,
renascer nos ossos e vísceras, um bicho desse novo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma prostituta

Doa a todos a sua virilidade e só pede em troca,
alguns trocos. O que pode siguinificar pouco...
Passa a ser muito para uma massa, para um todo.
Para ela, ser o que É, é só para alguns seletos.

Seu corpo causa tanta ostenta, que alcooliza,
causa fome, fadiga e no fundo conformiza...
É perversa para os que não a consomem.
Ah! Senhores, oportunidade tem poucos homens.

Busca-se então outra possibilidade...
Um vigor tal, não pode ser assim, tão selvagem.
Domar e sugar seu seio murcho e farto.

É para ser prazer de todos, isso, amigos, é fato.
Explora-la, consumi-la, aproveita-la, não basta.
A ela paga-se uma chance e a espera numa fila.