sexta-feira, 21 de maio de 2010

De quando troco a pele

Ah! a chuva são como gotas ácidas na alma.
E como cobra que troca a pele eu troco-a.
É a renovação epidérmica que exala
a continuidade descontínua da alma.

Meu fragilíssimo envoltório abstrato
troca-se conforme troco de paisagem.
o corpo, esse asco, é só um substrato
de toda convenção sensorial da visagem.

A chuva renova, troca todo ar imundo
e felicita minh'alma à muda epidérmica
me faz ouvir surdo e falar mudo.


É que lava as impurezas essa chuva.

e si chove? ah! se chove...

estou pronto para a segunda muda.